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Curitiba: Três são detidos em aglomeração e fazem ofensas racistas para delegado


Delegado Rodrigo Souza foi vítima das ofensas (Arquivo Polícia Civil)

Detenção aconteceu próximo ao Museu Oscar Niemeyer

Sem saber que o delegado estava entre as vítimas, três jovens foram gravados proferindo diversas ofensas contra policiais civis de Curitiba. Detido por aglomeração e desacato nas proximidades do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico, o trio fez diversas ofensas contra os guardas municipais envolvidos na abordagem e continuou com os ataques verbais na delegacia. Os três só não contavam com um porém, um dos policiais civis vítima era o próprio delegado da unidade. O caso aconteceu no último domingo (11).

Em entrevista à Banda B, o delegado Rodrigo Souza contou que os três seriam liberados após assinatura do termo circunstanciado, mas acabaram tendo que passar a noite na delegacia por causa das agressões. “Me chamaram de safado, analfabeto, entre outros. Algumas pessoas ainda questionaram o motivo de eu não ter me apresentado, mas como é uma área restrita, eu não preciso disso. Ali, eles precisam respeitar não só eu, mas também o guarda municipal, o investigador e o escrivão. Foi quando mandaram eu ficar quieto e disseram que só falariam com o delegado, quando eu me apresentei”, disse.

Entre os três levados para a delegacia, dois continuaram detidos e só conseguiram pagar a fiança no dia seguinte. Um dos detidos se apresentou como estudante e que estaria terminando a faculdade de Direito, mas está no primeiro período do curso. O outro disse ser cabo do Exército, o que foi negado na averiguação da ficha.

Racismo Estrutural

Apesar de não terem feito nenhuma agressão racial, que poderia configurar crime de racismo ou injúria, o delegado Rodrigo Souza acredita que o caso possa ter relação direta com racismo estrutural. “Eles, por exemplo, chegaram a me dizer que eu nunca tinha lido um livro. Eu falei com alguns amigos, é uma conduta que todos nós já cometemos, inclusive eu. Achar que alguns cargos são inacessíveis para algumas camadas da população, em especial a população negra. Eles não acreditavam que aquele ‘negão’ era o chefe da unidade naquele momento”, concluiu.

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